Na edição passada, o Jornal de Bragança e Região trouxe à tona o drama de um senhor de 68 anos, com tumor na bexiga e que aguardava na fila de espera, a realização de uma cirurgia. Porém, o drama se pontencializou, já que o equipamento para o procedimento havia quebrado. O Hospital Universitário de Bragança confirmou o imprevisto com a máquina e informou que o conserto estava sendo feito.
Menos de duas semanas após a reportagem ter sido publicada, o paciente teve a cirurgia agendada. Uma vitória para a família!
À mídia séria cabe esse papel, fazer a diferença apontando problemas que podem ser solucionados, mas claro, jamais acusando ou julgando e, sim, ouvindo e buscando o esclarecimento.
Na edição de hoje, o JBR traz um novo drama ligado à área da saúde pública e, novamente, de Bragança Paulista. Uma grávida, beirando o dia de dar à luz, só conseguiu fazer um exame de ultrassom, enquanto que o indicado pelos especialistas são, no mínimo, quatro. A gestante vai para a maternidade confiando em Deus, que seu bebê virá com saúde, afinal o único ultrassom foi realizado quando ela estava de apenas quatro meses. Ela não sabe o sexo do bebê e, sequer, se ele nascerá com má formação ou alguma síndrome, o que é detectado no ultrassom, quando a grávida está com mais semanas de gestação.
Infelizmente, nesse caso, o Jornal de Bragança e Região, talvez não consiga mudar os fins, já que, como dito, a gestante está prestes a ter o bebê. Outro caso, também envolve uma mulher, que há um ano aguarda por um ultrassom para saber se está com algum problema no útero. Ela também está lançada à própria sorte, convivendo com a suspeita.
Casos como esses, sinalizam que a saúde, há décadas, está um caos. Em Bragança, sede da Região bragantina, é esta a situação. Pacientes têm de enfrentar uma fila longa de espera, para fazer um exame tão simples e tão importante. E pelas informações da Secretaria de Saúde, há pessoas na fila desde 2014. Sabe-se lá, se alguns já não morreram. Afinal, no caso de um tumor, esse exame faz toda a diferença, se realizado no início.
O mundo real se difere em grande escala do mundo das campanhas eleitorais, quando todos os problemas têm fácil e rápida solução. O mundo do “blá,blá,blá, em mídias bancadas por políticos, também é um mundo de ficção, onde está tudo “um mar de rosas”, onde as desculpas dão lugar a resolutividade.
Uma gestante não ter direito aos exames de ultrassom necessários, é um retrocesso. Cientistas, pesquisadores, médicos, investem horas na criação de novas tecnologias para melhorar a qualidade de vida, para detectar problemas a tempo de serem tratados e curados, mas a inércia de governantes, joga tudo isso por água abaixo, contrariando grandes mentes pensantes, que indicam tal exame, como indispensável. Estariam assim dando a sentença de pacientes sem diagnóstico, que podem ter a vida ceifada pela falta de um exame?
Absurdo! Mas essa é a realidade, retrocesso que, independente de quem seja a “culpa”, deve ser tratado com urgência.