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22/02/2017 às 15h30min - Atualizada em 22/02/2017 às 15h30min

Festas X Dinheiro público

Carnaval, festa, alegria, mas onde está a crise econômica, tão comentada em 2016? Os dados mostram que 12 milhões de brasileiros estão desempregados, o que significa que a crise segue instalada. Muitos municípios, prudentemente, não irão fazer a festa de momo por falta de recursos financeiros. Na sede da região, Bragança Paulista, o carnaval volta a ser realizado depois de um ano de pausa. A decisão do atual prefeito divide opiniões.

O fato é que, desde a Roma antiga, realizar festas é uma estratégia favorável aos governantes. Povo feliz é igual a povo “satisfeito”, ou alienado, já que enquanto as pessoas se divertem, esquecem, momentaneamente, dos problemas.

No entanto, há que se levar em consideração que não há “almoço” grátis. Ou seja, aparentemente, o carnaval é gratuito, mas todos pagam, gostando ou não da festa de momo.

Especialmente em Bragança, o atual prefeito, Jesus Chedid (DEM) é conhecido como “festeiro”. E foi por realizar uma festa de Peão em 1996, que o Tribunal de Justiça de São Paulo, no dia 15 de fevereiro, manteve a condenação de Jesus Chedid, por improbidade administrativa. Ele teve como pena, a perda dos direitos políticos, além de ter de devolver dinheiro aos cofres públicos e pagar multa. Cabe recurso.

Pois é, a festa lá em 1996 saiu caro para os bragantinos que teriam sido os que bancaram parte da festança. Pior é que, quem foi à festa pagou duas vezes, uma através dos impostos pagos à Prefeitura e outra na bilheteira. Seria como se o sócio de um clube tivesse de pagar para usar a piscina, ou quem paga o convênio de saúde, tivesse de pagar por uma consulta no seu plano. Ainda tem mais um agravante, a festa foi realizada às vésperas da eleição, da qual ele, Jesus Chedid, era candidato à reeleição. Como se não bastasse, ele teria “esticado” a festa, que terminou dias antes da eleição. Não estaria se auto-beneficiando, usando a máquina administrativa para isso?

Seria de bom tom, Jesus Chedid se manifestar publicamente sobre o caso, já que sua defesa nega que ele tenha cometido tais irregularidades. Será então, que os juízes das duas instâncias estão equivocados? Pode ser e espera-se que sim, o que aliviaria a indignação.

Só lembrando, em 2004, o mesmo político, novamente candidato a reeleição, utilizou dinheiro público para se promover na televisão local, a TV Altiora, administrada, na época, por usa nora, e passou a exibir programas que falavam das suas ações como prefeito. Porém, era período vedado pela Justiça Eleitoral. Ele foi cassado e retirado do poder e condenado a devolver o dinheiro aos cofres da Prefeitura.


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