O Brasil vive um momento político ímpar, apesar de já ter passado pelo Golpe Militar de 1964 e o impeachment de Collor em 1992. Parecia que nossa Nação caminhava bem, no entanto bastou puxar um fio do novelo da corrupção para que viessem à tona tantos nós, que parecem não desatar. Se não bastasse, agravou-se a crise econômica. Indignados, os brasileiros se organizam para no domingo, dia 15 de março, saírem às ruas em uma manifestação, que pode não haver precedentes, considerando o poder das redes sociais, inexistentes nos dois casos citados acima. Interessante observar que em outubro, há apenas cinco meses, Dilma foi reeleita. Mas o arrependimento é digno, entretanto há que se avaliar quais rumos tomará o País diante de uma possível queda dela. O impeachment seria, na verdade, mais um ato de “vingança” aos desvios de dinheiro público do que propriamente a solução para a grave crise econômica que assola o Brasil e que não tem solução imediata. Parece não tem sequer um político capaz de livrar-nos de tamanha decepção e insatisfação, diante da avalanche de situações difíceis.
Toda manifestação é válida e a democracia nos permite tais ações, mas não permite violência e quebra-quebra, como vimos em 2013. As urnas, tão silenciosas, já se tornam grandes manifestantes da insatisfação dos brasileiros. Desta vez não iremos até elas, mas o poder do protesto inteligente pode, inclusive, pregar surpresas como no dia 8 de março durante o “panelaço” e do buzinaço, ocorridos durante o pronunciamento de Dilma em rede de rádio e televisão. É possível que os nossos jovens vivenciem um momento tão, ou mais, marcante como vivenciaram os “caras pintadas”, há 22 anos. Então que o poder dos brasileiros seja usado a favor do bem coletivo.