O jornalismo sério visa questionar, pesquisar, informar, esclarecer, mas jamais defender ou acusar. O jornalismo sério expõe os vários lados dos fatos, cabendo ao leitor, fazer o seu juízo.
O jornalismo sério não comercializa reportagens. No entanto, o que se vê, em muitas cidades, são políticos comprando espaços em jornais para publicarem matérias que lhe interessam, como se fossem um Diário Oficial do Município, expondo somente uma versão, a sua versão, a que lhe interessa e atrai votos.
Tal situação provoca certo comodismo, afinal, muitos crendo na “compra” de jornais, acabam não levando a sério os jornais sérios. O resultado disso é que ao surgir uma mídia que preza pelo bom jornalismo, ela é vista como a imprensa que “pega no pé” dos políticos, já que estavam acostumados a bajulações de mídias desprovidas de imparcialidade, administradas por pseudo-jornalistas, que na verdade não passam de comerciantes de “notícias”.
Mal acostumados, políticos e seus subordinados se assustam com a imprensa séria. Mas até que isso ocorra, fingem que ela não existe e ignoram e-mails e ligações, pedindo esclarecimentos. A “ficha” só cai quando o assunto vem à tona através da publicação, mas não vem carregado dos elogios a que estão acostumados e sim do ponto de vista dos cidadãos pagantes de seus impostos.
Ora, se há espaço para contar a própria versão, porque não o fazem, quando solicitado?
Seria um desdém ao veículo, do tipo, “ah nada será publicado”, uma ignorância ou uma falta de competência? Seja como for, à imprensa cabe a obrigação de conceder espaço, mas dentro do que prevê a Constituição, não ao bel-prazer de quem quer que seja. No entanto, nesta edição, o Jornal de Bragança e Região, está concedendo espaço aqueles que já tiveram espaço para se explicar, mas que por algum motivo, não o fizeram. Como se trata de um jornal sério, o espaço foi aberto, mas repudiando o comodismo a que muitos se encontram em não responder a mídia séria.