Em apenas dois dias, uma mulher de Bragança, que prefere não ser identificada, foi procurada por dois amigos do WhatsApp, que lhe pediam a gentileza de fazer uma transferência em dinheiro, com a promessa de pagar já no dia seguinte.
Na quinta-feira, a mensagem era do irmão “A foto era dele e o número também, ou seja, nada levantava suspeita”, disse.
Na verdade, a conversa era de um estelionatário que após hackear o WhatsApp do irmão, teve acesso a agenda de contatos e começou a pedir dinheiro a amigos da lista de contatos. “Eu só não cai, porque não tenho aplicativo de banco no celular e, naquele momento, eu não podia ir à agência fazer a transferência”, disse ao contar que meia hora depois, o sobrinho avisou os demais familiares através de um grupo da família. O golpista viu o alerta (já que, então, fazia parte do grupo), e desistiu.
Dois dias depois, a mesma mulher, recebeu a mesma mensagem. Desta vez de uma “amiga”. Percebendo que era golpe, ela bloqueou o contato.
O que diz a Polícia
O Jornal de Bragança e Região conversou com o Delgado de Polícia, da Central de Polícia Judiciária de Bragança, Dr. Sandro Montanari, que confirmou que há vários registros desse tipo de golpe. “Esses golpes acontecem através de um SMS enviado a um aparelho de celular, pedindo para que o dono atualize ou confirme alguns dados. A pessoa clica e, então, ela já tem o celular imediatamente clonado”, disse.
Montanari disse que, assim que a pessoa perceber que teve o celular invadido deve alertar os amigos de alguma forma. Depois, deve entrar no suporte do WhatsAPP e informar o que houve. Isso é possível através do e-mail: [email protected], escrevendo no corpo do e-mail: “perdido/roubado, desative minha conta”. Além disso, deve informar o número do celular no padrão internacional. Exemplo: +55 11 9 9723 xxxx (o número 51 é o código do Brasil). “Não atualizem dados através de SMS, tenham dúvidas de e-mails que peçam para atualizar dados, porque esta é a ferramenta utilizada por esses golpistas. Além disso, é importante criar uma senha para utilização do WhatsApp, isso evita a ação do golpista”, finalizou o delegado.
As duas pessoas que tiveram o celular clonado confirmaram ao Jornal de Bragança e Região que isso aconteceu depois de confirmarem dados solicitados. Uma delas recebeu uma ligação de um site famoso de vendas pela internet, pedindo a confirmação de dados (que ele recebeu por SMS) e passou para o suposto atendente. Salet Russo, que também teve o aparelho clonado, achou que estivesse ajudando um amigo e passou para “ele” os números que ela recebeu pelo SMS. “Na verdade, era o PIN do meu próprio Whats que eu passei para o golpista. Não devemos passar nenhum número, código para ninguém. Até se for amigo, temos de desconfiar”, alertou Salet.