Conviver com a falta de água é quase uma rotina para os moradores de Extrema, onde o serviço de água e esgoto é prestado pela Companhia de Saneamento de Minas Gerais (COPASA), alvo de inúmeras reclamações, como o de uma moradora do bairro Barreiro. “O bairro que fica às margens do Rio Jaguari, onde é feita a captação da água para o município, está em situação de calamidade, cinco dias sem uma gota de água. COPASA, sua incompetência chegou ao limite! Fora!”, desabafa.
Não faltam reclamações também do valor da taxa de esgoto e, de acordo com a prefeitura, a cidade tem uma estação de tratamento em atividade e duas sendo construídas. Mas não há dados sobre a quantidade tratada, e a Administração diz que há diversos pontos onde a Copasa não está coletando o esgoto, situação apontada por um morador do bairro Morbidelli, que reclama. “Aqui o esgoto, corre “a céu aberto” no córrego, causando mau cheiro”.
De acordo com prefeitura, na gestão passada já foi feita uma denúncia à Agência Reguladora dos Serviços de Água e Esgoto de Minas Gerais (ARSAE), que fez uma auditoria na cidade e entregou um relatório para prefeitura, Copasa e ao Ministério Público. “Neste relatório estão todos os pontos identificados de problemas no abastecimento de água e no transporte e tratamento do esgoto”, disse Adriano Carvalho, secretário de Desenvolvimento de Extrema.
Adriano explicou que na segunda-feira (23), aconteceu uma Audiência Pública na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, onde 150 prefeitos, incluindo o de Extrema, reclamavam dos serviços prestados pela Copasa. “Os problemas são semelhantes em todas as cidades: tarifas caras, má prestação de serviços, desabastecimento”, disse o secretário, ao informar que estava agendada para quarta-feira (25), uma reunião entre membros da prefeitura, Ministério Público e Câmara de vereadores, para ajuizar até sexta-feira (27), uma Ação Civil Pública iniciando o rompimento do contrato com a Copasa, que vence em agosto de 2035.
O que diz a Copasa
Sobre a frequente falta de água, a empresa disse ao Jornal de Bragança e Região que houve falta de energia elétrica no início do mês de outubro, o que prejudicou a produção de água e que houve alteração da qualidade da água captada para tratamento e distribuição, durante as últimas chuvas, o que comprometeu a capacidade de tratamento e, consequentemente, o volume necessário. Sobre a previsão de melhora no sistema de abastecimento, a Copasa disse que nos próximos dias ativará a nova Estação de Tratamento de Água (ETA), aumentando em mais 25% a produção total do sistema. Está prevista ainda, a implantação de adutora de água tratada, com a finalidade de equalizar a distribuição. Essa obra será licitada, com previsão de implantação em 2018.
Quanto os critérios adotados para a cobrança da taxa de esgoto, a concessionária disse que eles são definidos pela Agência Reguladora de Serviços de Abastecimento de Água e de Esgotamento Sanitário do Estado de Minas Gerais - Arsae-MG, por meio de legislação específica.
A tarifa de esgoto tratado corresponde a 92,5% sobre a tarifa de água, já o esgoto coletado e transportado corresponde a 43,75% da tarifa de água. Os que não são atendidos com tratamento têm tarifa diferenciada, ou seja, pagam por esgoto coletado e transportado. A conclusão das obras para o tratamento de esgoto das ligações não atendidas está em processo licitatório, com previsão de implantação entre 2018 e 2019, encerrou a Copasa.