12/04/2024 às 09h13min - Atualizada em 12/04/2024 às 09h13min
Corpos são encontrados intactos ao serem removidos das gavetas
Foto:JBR - Reportagem Luci Miranda Em Bragança Paulista 648 pessoas morreram vítimas da Covid-19. Na época, a orientação técnica era para que os corpos não fossem sepultados na terra ou em jazigo abaixo do nível do túmulo (subterrâneo), para evitar contaminação do solo.
Com isso, a maioria dos corpos foi sepultada em gavetas da Prefeitura, que são espaços construídos na vertical, longe do solo. “Algumas famílias tinham o jazigo, mas eram gavetas abaixo do nível da rua, subterrâneas, e não podíamos sepultar o corpo para atender as medidas técnicas”, explicou Celso Dias, administrador do Cemitério Municipal.
Agora, os corpos devem ser removidos das gavetas para o ossário ou para o jazigo da família. Mas, para a surpresa dos coveiros, ao abrirem vários caixões, muitos corpos foram encontrados da mesma forma que foram sepultados, não sofrendo o processo da decomposição
Segundo Celso, diante disso a decisão foi não abrir mais os caixões das vítimas de Covid-19, suspender a remoção e aguardar mais três anos.
Ainda segundo a Administração do Cemitério, cerca de 6% dos corpos que deveriam ser removidos, não haviam passado pela decomposição. “Alguns estavam todo preservado, outros menos”, disse.
Celso Dias lembrou que na época os corpos das vítimas da Covid-19 eram bem isolados, sendo colocados em envoltórios especiais (mais de um) e o caixão vedado com plástico filme. “Já tivemos outros casos de preservação do corpo, mas na maioria das vezes porque a pessoa passou por longo tratamento médico, com medicamentos fortes que devem ter preservado o corpo. Então, acreditamos que agora a preservação é motivada por todo o isolamento que o corpo sofreu para não haver risco de contaminação”, disse.
A remoção do corpo das gavetas ocorre sempre após três anos do sepultamento e, segundo Celso Dias, as famílias são avisadas sobre a remoção e podem acompanhar o trabalho