Difícil encontrar um bairro de Bragança que não tenha uma rua “retalhada” pela Sabesp. O Jornal de Bragança e Região tem recebido diversas reclamações sobre a forma como a Sabesp tem trabalhado em Bragança, quando o assunto são as obras. As reclamações giram em torno do estado que ficam as ruas, após o término dos serviços. Há duas semanas, por exemplo, a concessionária cortou uma extensão de cerca de 500 metros do asfalto da rua Dr. Cândido Rodrigues, altura da Santa Casa até o Banco Bradesco, no centro da cidade. Depois de alguns dias de trabalho, a Sabesp asfaltou apenas uma parte do local, deixando com desnível e com aspecto de obra mal acabada. Um comerciante desabafou. “A gente entende que precisa fazer a obra, mas a Sabesp não avisou, chegou impedindo parte da rua, e depois colocou um asfalto ruim, onde o asfalto era bom, e agora ficou essa coisa feia aqui, com desnível, um perigo para os motoqueiros”, desabafou.
Uma moradora chegou a comparar. “A gente paga o asfalto para a prefeitura e não é barato, aí a Sabesp vem e retalha tudo. Se eu bater em um carro dela (Sabesp), eu tenho que entregar como era antes da batida, ou posso entregar com a lataria retalhada?”
A mesma mulher reclamou que a rua dela, na Vila Mota, foi quase toda asfaltada pela Sabesp, faltando pouco. “Porque não fez tudo, já que ela que abriu os buracos. Agora a rua está igual a um tabuleiro de jogo de xadrez!”, disse indignada.
As reclamações apontam ainda que o “retalho”, em muitos casos, prejudica as sinalizações de trânsito, acabando com as faixas de pedestres, por exemplo. A empresa após o fim dos serviços, não refaz a sinalização, cabendo esse serviço à prefeitura, gerando um custo extra aos cofres públicos.
O Jornal de Bragança e Região ouviu a Sabesp, que explicou que “o trabalho de reposição asfáltica em Bragança é da melhor qualidade e já serve de parâmetro para outros municípios”. Segundo a concessionária, a execução dos reparos do pavimento é feita de forma adequada e nos limites da área onde foram realizados os serviços. A empresa disse ainda que “em muitas situações, a reclamação do cliente ocorre quando o serviço ainda não foi finalizado”. Ela usou como exemplo as ruas citadas pelos leitores que reclamaram. Quanto à rua Holanda, Vila Mota, a Sabesp informou que a obra já foi finalizada de forma adequada. Sobre a rua Dr. Cândido Rodrigues, a empresa afirmou que “ainda necessita de substituição de pouco mais de 135 ramais de água e, portanto, está com uma pavimentação provisória”.
Sobre a interdição da rua Dr. Cândido Rodrigues, a Sabesp disse que comunicou a Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana. Quanto à obra na mesma rua, ela informou que os serviços ainda não foram concluídos. “Trata de obra para renovação da infraestrutura de abastecimento de água, com substituição de 655 metros de rede e 135 ramais de água”. De acordo com a concessionária, os trabalhos serão executados aos domingos e, nos dias úteis, somente em horário noturno.