Basta ficar alguns minutos na praça da Bíblia, bairro Lavapés, região central de Bragança, para notar a concentração de moradores de rua que vivem no local. Eles se embriagam, fumam, fazem barganhas, comercializam produtos, brigam e até casos de prostituição são relatados por comerciantes da região, que se sentem ameaçados pelo grupo, formado por cerca de quinze pessoas, a maioria homens. O dono de uma loja procurou o Jornal de Bragança e Região e contou que, recentemente um morador de rua entrou em seu estabelecimento, pediu dinheiro e diante da negativa, xingou e passou a ficar na frente da loja, voltando a entrar e observar o comércio. Um taxista relatou que todos os dias, eles abordam as pessoas para pedir dinheiro. “Muita gente já não passa mais por aqui, porque eles, praticamente, exigem dinheiro. Se a pessoa não der, eles intimidam”, disse ao completar. “Olha como a praça está cheia de corotes vazios!”, disse.
Na praça da Bíblia, diariamente, fica uma Base Móvel da Guarda Municipal Civil. No entanto, segundo o dono de uma empresa, os moradores de rua se acostumaram com a presença dos guardas. “Quando um morador ou outro deita no chão, ai é abordado, mas só é pedido para eles se levantarem, só isso”, disse.
Outra comerciante disse que pediu ajuda na Base Móvel, para separar duas mulheres que brigavam no meio da rua, e que ouviu como resposta que nada podia ser feito. “Os moradores não se intimidam com a presença da Guarda”.
Ao JBR, a prefeitura informou que a Guarda Civil Municipal, atua da mesma forma na Praça da Bíblia como em outras áreas do município, tendo como missão além da vigilância dos próprios públicos, o apoio às polícias Militar e Civil na área de Segurança Pública, conforme prevê a lei. Quanto aos moradores em situação de rua, a prefeitura disse que Guarda faz um trabalho com a SEMADS, secretaria que realizou 1.535 abordagens de janeiro a agosto deste ano.