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11/05/2024 às 22h37min - Atualizada em 11/05/2024 às 22h37min

Saúde mental de mães é foco do “Maio Furta-Cor”

Com a rotina alterada, Ana Maria teve de abandonar o emprego após se tornar mãe

Foto: Arquivo Pessoal


O mês de maio ganhou uma mistura de cores e passou a ser denominado “Maio Furta-Cor”, período destinado à campanhas sobre a importância da saúde mental de mães (típicas e atípicas), já que a maternidade vem carregada de desafios, levando muitas mães a adoecerem mentalmente e contribuindo, inclusive, com os índices de suicídio.

A psicóloga Nicole Cristino e a psiquiatra Patrícia Piper, se uniram e criaram o site maiofurtacor.com.br, onde promovem várias campanhas. O objetivo é estimular a construção de políticas públicas de saúde através de projetos de lei.

Mas existe mesmo desafios na maternidade? Para entender isso, a jornalista Luci Miranda conversou com Ana Maria Esteves, casada com Leandro Dario e mãe da Maria Luiza Dário, de 5 anos, que tem Síndrome de Down. O casal não tem rede de apoio no dia a dia o que faz com que a rotina seja mais desafiadora, especialmente para a mãe.
 
Luci Miranda: O que a maternidade mudou na sua vida?
Ana Maria: Tudo! Eu acredito que principalmente as prioridades da vida, hoje dou mais valor aos pequenos momentos. É clichê dizer isso, mas é a mais pura verdade.

Luci Miranda: Como anda sua saúde mental?
Ana Maria: Hoje mais estável, porque há 2 anos consecutivos faço terapia. Porém, já tive ao longo desses 5 anos muitos altos e baixos.

Luci Miranda: O fato de você ser mãe atípica, é um desafio a mais?
Ana Maria: Seja típica ou atípica, a maternidade é um desafio imenso. Porque ninguém nasce mãe, a gente vai aprendendo junto, acertando, errando. Mas a maternidade atípica para mim vem com essa "dose" extra de desafios que é a demanda do dia a dia cheia de terapias, consultas, burocracia, entre tantas dificuldades que as mães atípicas encontram no caminho para poder oferecer o mínimo de dignidade aos seus filhos.
 
Luci Miranda: Como sua rotina mudou após a maternidade?
Ana Maria: No início tentei conciliar toda a rotina que já existia, vida pessoal e profissional, mas depois a demanda materna falou mais alto e abri mão da vida profissional por um tempo (decisão difícil em vários sentidos). Hoje, os cuidados são direcionados a pequena Maria Luiza, pelas necessidades do momento.

Luci Miranda: Fique a vontade para outras colocações que ache importante?
Ana Maria: Desde que me tornei mãe, aprendi que não precisamos e não vamos conseguir dar conta de tudo e está tudo bem. Aceitar isso deixa bem mais leve nosso dia a dia, porque, tenha certeza que você está fazendo o melhor pelo seu filho (a).

 
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