No balanço de atendimentos feitos pelo Conselho Tutelar de Bragança Paulista, em 2023, um dado chama a atenção: o número de registro de violência sexual contra crianças e adolescentes. No total foram 51, o que equivale a cerca de 4 casos por mês, ou 1 caso por semana, durante o ano passado.
Vanessa Alvarenga, coordenadora do Conselho Tutelar, explicou que nem todos os casos ocorreram em 2023, mas eles existiram. “Nós recebemos muitos casos de adolescentes que entenderam agora, conforme os anos foram passando, que foram vítimas de violência sexual. Muitos deles chegaram até nós porque estavam em crise, com automutilação, em tentativa de suicídio e quando foram atendidos, contaram”.
Vítimas Em Bragança, os dados mostram que as meninas, entre 2 e 8 anos, aparecem no topo dos casos, representando quase 85% das questões que envolvem violência sexual, mas meninos também são vítimas. Para não deixar rastros, muitos abusadores não mantem a conjunção carnal com a vítima, mas usam da manipulação do órgão, do toque ou de forma oral.
Quem são os abusadores Os números mostram que são sempre pessoas que têm acesso à casa da vítima. “É sempre alguém de convivência da família, que está no círculo de confiança da criança”, disse Vanessa, ao citar casos em que o abusador é parente da vítima, de sangue ou não, como padrasto, "avodrasto", por exemplo.
Orientação Vanessa Alvarenga frisou que o Conselho Tutelar realiza campanhas de prevenção. Uma delas é o Projeto "Mente Aberta, Alerta", com ações, inclusive, junto às escolas municipais. "A criança não sabe a diferença entre carinho e carícia. Então, tendo a informação, a gente consegue fazer com que as crinaças entendam, através de atividades lúdicas, como o "semáforo do toque", a diferença, para que elas possam relatar", disse.
Já, aos pais Vanessa deixa uma importante orientação. “Os pais devem conversar com as crianças sobre ninguém tocar no corpo delas, que não existe segredo entre criança e adultos, que papai e mamãe vão sempre apoiá-la, se alguém falou algo que ela não gostou ou se foi tocada, que conte. A criança tem de se-sentir acolhida e segura para se abrir com seus pais”, orientou Vanessa.
Outro alerta é com relação a nunca deixar crianças sozinhas em locais públicos, nem mesmo em corredores de supermrecados, e tomar cuidados com a exposição às redes sociais.
Denúncias no Conselho Tutelar de Bragança podem ser feitas pelo (11) 9 6183 7873