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28/04/2023 às 11h39min - Atualizada em 28/04/2023 às 11h39min

Expoagro e Festa do Peão de Bragança Paulista geram reclamações

Roubos de celular, preços abusivos e ingresso meia-entrada estão entre as reclamações.

Foto: JBR - Na tarde de quinta-feira (27), a Arena continuava sem a cobertura prevista no edital da festa


“Saudades da Sâmor”, esse foi o desabafo de uma mulher que relatou situações desagradáveis que ela vivenciou na primeira semana da festa que acontece no Posto de Monta, realizada pela empresa M.D.P.M. Promoções Artísticas.
Ela, que vai à festa todos os anos, enviou áudios ao Departamento de Jornalismo do Jornal de Bragança e Região, mas prefere não ter o nome citado, pois tem negócios dentro da festa. Em um dos áudios ela resumiu. “Esse ano foi um descaso com a população. Foram erros básicos”.

Mas, além dela, houve outras dezenas de reclamações, especialmente quanto à insegurança dos visitantes, que tiveram a amarga experiência de terem seus celulares roubados, além do valor dos preços na praça de alimentação, considero abusivo por muitos consumidores.

Roubos de celular
Nem a Polícia Militar, nem a Polícia Civil e nem a Guarda Civil Municipal estão atuando dentro do recinto do Posto de Monta. Segundo a Major Viviane Santana, da PM, a empresa não solicitou a presença da Polícia Militar dentro do recinto. “Eles fizeram um ofício, apenas notificando a Polícia Militar sobre a festa. Por edital, eles estão com a incumbência do policiamento interno através da contratação de empresa de segurança, monitoramento, bem como brigadistas. Por isso, a gente está fazendo somente o policiamento nas áreas adjacentes. Isso, em virtude do não pedido do policiamento por parte deles (empresa). Acho importante que tenha festa, mas os impactos aos índices criminais, na sensação de segurança, nos preocupa muito. É importante que a população faça o Boletim de Ocorrência, para que possamos cobrar a segurança da empresa”, finalizou a Major.

O Delegado Seccional de Bragança Paulista, Dr. Sandro Montanari, disse ao JBR, que até terça-feira (25) eram cerca de 100 Boletins de Ocorrência de furto de celular, feitos presencialmente e eletronicamente, o que ele considera um número razoável em comparação a festa de Barretos. Mas, segundo a Major Viviane o número pode ser três vezes mais, já que muitas pessoas não deram queixa.

Sobre a Polícia Civil não estar dentro da festa, o seccional explicou. “Não colocamos a base móvel até por conta dessa privatização da segurança, mas estamos sempre à disposição, estamos ao entorno, onde eu tenho policiais à paisana”, disse, ao avaliar que os dados são considerados tranquilos.  

Lotação
Especialmente no sábado (22), as reclamações foram em relação a lotação do Posto de Monta, tanto da arena quanto dos camarotes. “Uma desestrutura dentro dos camarotes, a começar pelo acesso que não tinha iluminação, colocaram pedra na entrada onde ficam as catracas, cadeirantes tiveram dificuldades. Esse ano foi um descaso com a população”, disse uma das leitoras do JBR, ao citar ainda as filas para usar os sanitários. “Eu fiquei 40 minutos para conseguir usar o banheiro”.
 
Preços Abusivos
Apesar dos preços das comidas e bebidas terem sido tabelados, os consumidores relataram abusos. Ouvintes da Rádio O Caminho FM disseram, por mensagem, que chegaram a pagar de R$ 30,00 a 40,00 no lanche de pernil (na tabela é R$ 20,00), R$ 15,00 no refrigerante (na tabela é R$ 8,00). “Eu paguei 20 reais em um espetinho de uva com chocolate”, disse uma jovem. Outra disse que pagou quase 30 reais em um lanche. “Eu paguei 28 reais em um x-salada sem qualidade nenhuma”. Um ouvinte, pai de família, desabafou. “Essa festa, na minha opinião, deixou de ser popular”.

Ingressos
Outro problema relatado foi quanto à venda dos ingressos no sábado (22). Ocorre que, no edital foi determinado o valor máximo do ingresso a R$ 100, 00. No entanto, no sábado (22), pessoas com direito, por lei, a pagar meia- entrada, relataram que o valor estava R$ 70,00, enquanto deveria ser R$ 50,00, já que o valor máximo era R$ 100,00.

Repercussão
Na sessão da Câmara Municipal de terça-feira (25), o vereador Quique Brown (PV), em sua fala, formulou um pedido de informação com vários questionamentos a respeito da Expoagro e Festa do Peão. Entre eles, a falta de cobertura da arena. É que, segundo o item 16.1 do edital da festa, a arquibancada e a arena deveriam ser cobertas, mas apenas a arquibancada recebeu cobertura.
O Jornal de Bragança e Região esteve na quinta-feira (27), no local e, até às 14h, a arena continuava sem cobertura, descumprindo o edital.
 
O que diz a Prefeitura
Sobre a segurança da festa, a Prefeitura, parceira na realização da festa, disse que está fazendo a segurança na área externa. “A segurança é de responsabilidade da empresa MP Produções, vencedora do processo licitatório. As forças de segurança do município estão trabalhando fora do recinto”.
Sobre a lotação, a Prefeitura disse que a capacidade máxima de pessoas dentro do Posto de Monta é de 67 mil, previsto no Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB). Segundo a Prefeitura, não houve superlotação no sábado (22).

Sobre os preços abusivos, a Prefeitura disse que houve fiscalização do PROCON. “Nas fiscalizações feitas, os permissionários atenderam. Em casos que o PROCON não teve conhecimento, o cidadão deve denunciar”,
explicou, ao dizer que o cidadão pode procurar os funcionários que estão ao lado do stand da Vigilância Sanitária (VISA), próximo à Praça de Alimentação.

O que diz a MP Promoções
O Jornal de Bragança e Região entrou em contato com a assessoria de imprensa da empresa realizadora da festa, que retornou pedindo que ligássemos para o presidente da festa, Marcos Pacheco. Foram 3 tentativas, mas as ligações não foram atendidas e nem houve retorno, apesar do JBR insistir. Caso a empresa se manifeste, a reportagem será atualizada. O espaço está aberto.


 
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