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17/08/2016 às 14h40min - Atualizada em 17/08/2016 às 14h40min

MP investiga funcionárias “fantasmas” de Edmir Chedid

Foto: Alesp / Facebook


O Ministério Público do Estado de São Paulo, confirmou ao Jornal de Bragança e Região que já está investigando denúncia sobre as quatro funcionárias “fantasmas” da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), contratadas por indicação do deputado estadual Edmir Chedid (DEM), e mostradas em uma reportagem feita pelo SPTV e reprisada pela TV Vanguarda, afiliada da Rede Globo, no sábado, dia 13. Mas a denúncia, segundo o MP, já havia sido recebida pela Promotoria de Justiça do Patrimônio Público da Capital, no dia 19 de julho, e vem sendo apurada pelo promotor de Justiça, Silvio Antonio Marques.
A reportagem mostrou que apesar de as quatro funcionárias serem contratadas pela Alesp, elas trabalhavam em Bragança Paulista, na Morada das Pedras, escritório político do Grupo Chedid. Durante 15 dias elas foram investigadas pela reportagem da Rede Globo, que as flagraram em dias úteis e horário comercial, chegando ao escritório em Bragança. Já na Alesp, quando procuradas, elas não foram encontradas.
A reportagem revelou que Solange Aparecida Del Roio era assessora especial parlamentar da Corregedoria da Alesp e recebia, por mês, mais de R$ 20 mil. Maria Conceição Motta e Patrícia Jorge, também ocupavam o cargo de assessor especial parlamentar, lotadas no Núcleo de Avaliação Estratégica (NAE) e recebiam cada uma, mais de R$ 19 mil mensais. Outro “fantasma”, Rosimara de Almeida Barbosa, estava lotada na Divisão de Transportes, com salário beirando os R$ 3 mil.
A reportagem citou como sendo curioso, o fato de três das funcionárias serem lotadas em departamentos que servem para avaliar o desempenho dos serviços e dos servidores públicos e para manter a ordem dentro da Assembleia, onde não foram encontradas.
Em nota enviada,  a assessoria de Edmir Chedid disse ao SPTV que as funcionárias do NAE usavam o escritório em Bragança para terminar um relatório e que a ausência na Corregedoria não prejudica o trabalho. Alegou ainda, não haver irregularidade e disse que o Regimento Interno da Alesp permite que a servidora da Divisão de Transportes trabalhe em outro município.
Apesar disso, todas elas foram exoneradas.
O Jornal de Bragança e Região também entrou em contato com a assessoria do parlamentar, que disse “Primeiramente, é importante ressaltar que nunca existiu funcionário fantasma. As ex-servidoras já haviam solicitado exoneração, antes mesmo da divulgação da reportagem, para que pudessem participar do processo eleitoral”.
Questionado sobre a funcionária Conceição Motta, que aparece em fotos, no palanque ao lado de Jesus Chedid, durante a convenção do Democratas, na Morada das Pedras, na sexta-feira, dia 5 de agosto, entre 13h e 16h, a assessoria de Edmir disse que ela não estava a serviço do NAE. “Ela já estava exonerada, ou seja, sem vínculo algum com o NAE. Neste caso, a ex-servidora entrou com o pedido de exoneração no dia 25 de julho de 2016”, disse a assessoria.

Outros casos

Outros dois casos de funcionários “fantasmas”, contratados por Edmir Chedid, foram denunciados recentemente. No dia 13 de julho deste ano, o site da revista Isto É, mostrou que a professora Ana Lucia Parise Gritti, da cidade de Serra Negra, aparecia na lista de empregados da Alesp, como assessora especial de Edmir, com salário de R$ 17.555,37, por mês. A reportagem da Isto É entrou em contato com Ana Lúcia, mas ela negou atuar no gabinete de Chedid. 

Outro caso foi denunciado pelo Jornal do SBT, que no dia 10 de novembro de 2015, exibiu uma reportagem chamada “Farra dos Funcionários Fantasmas”. A matéria mostrou que funcionários contratados em cargo de comissão na Assembleia Legislativa de São Paulo, como assessores parlamentares, recebiam os salários, mas sequer eram conhecidos na Alesp. Um dos funcionários mostrados foi João Carlos Vitte Junior, assessor parlamentar especial da 2ª secretaria, ocupada pelo deputado estadual Edmir Chedid (DEM), com salário de R$12.888,66. No entanto, a reportagem filmou Junior trabalhando em sua loja de roupas, em Santa Gertrudes.
Na época, Edmir disse em nota à reportagem, por meio de sua assessoria, que  “os casos apontados seriam apurados e as medidas legais adotadas para a punição dos eventuais responsáveis”.
Já a promotoria se manifestou dizendo que “O deputado tem o dever de fiscalizar o que os funcionários estão fazendo. Se esses funcionários não estão trabalhando, ele pode responder por isso”.

 

 

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