Sol, trânsito carregado, pressa, e de repente o semáforo fecha. Eis que surgem os artistas de rua para quebrar a rotina e aliviar por alguns segundos o estresse.
Em Bragança, o ponto preferido deles é o semáforo da avenida dos Imigrantes, cruzamento com a rua Itapechinga. O local é estratégico, já que por lá passam motoristas de Bragança e os quem vem de fora, afinal a avenida dá acesso a Rodovia Fernão Dias e ao Circuito das Águas.
O tempo da performance é bastante calculado, afinal tem de sobrar um tempinho para ir até os motoristas e receber a gratificação. Nem todos colaboram, mas ao final do dia, é possível ganhar uma quantia razoável, que eles preferem não revelar.
Um deles é Cristian Munega, de 29 anos, do Peru. Há 12 anos ele resolveu fazer o que gostava e encontrou no malabares um estilo de vida. Ao longo desses anos ele já passou pela Argentina, Paraguai e Bolívia. “Os melhores malabaristas do mundo são chilenos”, afirma ele.
Cristian disse que existem regras e uma delas é que se o malabarismo der errado, ou seja, se uma das claves cair de suas mãos, eles não vão até os carros pedir a recompensa.
Outro artista é César Parraguez, de 23 anos. Ele é do Paraná, mas nasceu em Santiago onde era minerador. Ele e Cristian se conheceram em abril deste ano e, de lá pra cá, seguem fazendo arte de rua, juntos. “Meu sonho é fazer espetáculos ao ar livre para uma multidão”, diz ao falar que apesar de ter um estilo considerado diferente, mantém o contato com a família.
Juntos, eles passam horas trabalhando, já que arte, levada a sério, não deixa de ser um trabalho, e um trabalho que requer muito boa forma e treino.