A dona de uma casa, na Avenida Santa Isabel, Vila Aparecida, em Bragança, diz que a população daquela região está preocupada com o número de moradores de rua que passou a viver no local, bem em frente a um galpão que pertence a Prefeitura. Ela entrou em contato com o Jornal de Bragança e Região e contou que se sente insegura em andar pela avenida, já que eles sempre aparentam estar embriagados. “Outro dia um deles dormiu na minha calçada e pela manhã eu precisei chamar a Guarda Municipal para retirá-lo, porque eu não conseguia sair com o carro”, contou ao dizer que vizinhos dela também estão temerosos.
O Jornal de Bragança e Região foi até o local e conversou com os moradores de rua. O grupo é formado por cerca de 10 pessoas, a maioria homens, com idade acima de 30 anos e de Bragança. Alguns admitiram que fazem uso de álcool, mas não de drogas. Questionados sobre passarem a noite no Albergue, eles alegaram que não se sentem seguros, pois lá também dormem moradores com problemas psiquiátricos e há muita droga. Os moradores também reclamaram da truculência de um Guarda Municipal, cuja identidade não será revelada até que isso seja apurado. No entanto, por tratar-se de uma denúncia, o nome será encaminhado ao secretário Municipal de Trânsito e Segurança, Dr. Djahy Tucci Jr, a quem já foi solicitada uma entrevista.
Ao final da conversa, os moradores disseram que gostariam de conversar pessoalmente com o secretário da Ação e Desenvolvimento Social (SEMADS) e com o prefeito Fernão Dias, para explicar todas as dificuldades que passam e dar algumas sugestões.
O secretário da SEMADS, Marcos Roberto dos Santos, afirmou ao Jornal de Bragança e Região, que já tem conhecimento de que os moradores de rua se instalaram na avenida Santa Isabel e afirmou que já está sendo feito um trabalho com eles, na tentativa de encaminhá-los para os atendimentos da Prefeitura, Albergue e ao Centro de Referência Especializado para população em situação de rua (Centro Pop) “Faz mais de um mês que estamos acompanhado e atendendo esse grupo, mas nós não podemos exigir que eles deixem o local, não há lei que nos ampare nisso”, explicou.
Marcos disse que é feito um trabalho psicossocial tentando convencer essas pessoas de que aquilo não é o melhor para elas e que o Poder Público pode ajudar, oferecendo café, banho, local para dormir. Mas segundo ele, há resistência dos moradores de rua. “Não é permitida a entrada com bebida alcoólica no Albergue e no Centro Pop e isso é um limitador para eles, pois lá eles não podem beber e, então, resistem”.
Questionado sobre uma solução para o problema, o secretário disse que o trabalho feito por sua equipe é a solução. “O trabalho é voltado para solucionar, mas eles precisam querer o tratamento”, disse ao se referir a dependência química.
Drogas no Albergue
Quanto a ter drogas dentro do Albergue, o secretário explicou que não é feita uma revista nos moradores de rua e que no caso de alguém ser pego com entorpecente, a Guarda Municipal é chamada para fazer a revista. “Quanto à bebida a gente pede para eles abrirem a bolsa”, disse ao informar que é difícil eles entrarem com drogas.
Conversa com o Secretário
Marcos disse que eles têm a oportunidade de falar com a equipe que os aborda. “A gente tem de considerar que na abordagem, normalmente eles já estão alterados e nem tudo o que eles falam a gente pode acreditar. Têm alguns com perfil complicado”, finalizou.