19/02/2021 às 12h14min - Atualizada em 19/02/2021 às 12h14min
Preço do gás de cozinha dispara, chegando a custar até R$ 100 o botijão
Donos de restaurantes também já sofrem os reflexos da alta
O Jornal de Bragança e Região consultou algumas revendedoras de gás de cozinha e identificou que o preço varia de R$ 85 a R$ 90 o botijão de 13kg, o que já reflete no orçamento das donas de casa, e de proprietários de restaurantes "O reajuste foi no dia 8, mas como a alta do combustível já chegou aos postos, o gás deve subir de novo nos próximos dez dias”, disse a dona de uma revendedora de gás, ao contar que alguns de seus clientes, donos de restaurantes, estão analisando fechar seus estabelecimentos, o que já teria ocorrido na cidade de Extrema (MG), onde ela também tem uma empresa de gás. “Além do gás, o preço da carne disparou, ou seja, já vi três restaurantes baixarem às portas, infelizmente”, disse ao informar que até o dia 8 de fevereiro, ela conseguia vender o botijão de 13 kg, a R$ 80 para retirada, e R$ 85 para entrega. O valor, agora está R$ 90 para entrega e R$ 85 para retirada.
Um consumidora relatou que pagou R$ 100 para receber o gás em casa. "Eu não tenho como retirar e paguei, porque sem gás a gente não cozinha. Ficamos refens", frisou.
Venda clandestina
Um dos empresários do ramo de gás, ouvido pelo Jornal de Bragança e Região, alerta para o crescente número de vendas clandestinas. “Tem pessoas vendendo mais barato, mas e a qualidade? Esse gás vem sendo armazenado em quintal, garagem, ficando exposto a sol, a chuva, a animais domésticos”, disse ao orientar os consumidores que o ideal é pedir nota fiscal ao comprar o gás. “É a garantia de que a empresa não é clandestina. A nota atesta a procedência e qualidade do gás”, disse ao chamar a atenção para a falta de fiscalização. “Precisamos de fiscalização, pois as empresas clandestinas, além de serem um risco a sua vizinhança, atrapalha as vendas de quem, como nós, paga altos impostos”, finalizou.
Restaurantes
O JBR conversou com alguns donos de restaurantes e todos foram unanimes em afirmar que a alta do gás já refletiu na queda de suas vendas. “Nós seguramos o quanto pudemos o repasse para o valor do kilo da comida, mas não conseguimos mais. O cliente pesquisa e vendo que o preço subiu, não consome. Se nada for feito, não sei como vamos seguir”, desabafou. O presidente Jair Bolsonaro anunciou nta quinta-feira (18) que, a partir de 1º de março, cairá a zero a cobrança de impostos federais sobre o gás de cozinha. Segundo o presidente, essas alíquotas ficarão zeradas para sempre.
Petrobrás
Informações da Petrobras com dados coletados entre 31 de janeiro e 6 de fevereiro deste ano, o preço do gás de cozinha tem a seguinte composição:
47%: custos do próprio gás;
35%: custo de distribuição e revenda;
15%: ICMS, imposto estadual;
3%: impostos federais (PIS/PASEP e Cofins).