Desde o dia 10 de novembro do ano passado, muitas pessoas que pagaram para assistir ao show de Wesley Safadão, em Bragança, no estádio do Bragantino, tentam receber de volta o dinheiro do ingresso, mas sem sucesso. O show foi cancelado e, segundo a empresa D.Tona Produções, promotora do evento, por causa da chuva forte que caiu em Bragança naquela noite. Além de do forrozeiro, haveria também show com o cantor Léo Santana.
Mas, para muitos, nem show e nem dinheiro de volta. De acordo com as pessoas que tentam reaver o valor pago, a D. Tona Produções, não atende mais as ligações e nem responde pelo WhatsApp.
Adriana Almendra comprou, no cartão de crédito, três ingressos do setor Vip, mas até agora não conseguiu o estorno. Ela explicou que a empresa agendou o pagamento para o dia 7 de janeiro, no restaurante do Clube Bragantino, local onde seria o show, mas nenhum representante estava no local. Segundo ela, foi fixado na parede apenas os nomes de dois contatos (Renato e Troll), com os respectivos números do celular. “Mandei várias mensagens, eles visualizaram e não respondem. Mandei e-mail para o Bilheteria Digital e, nada. Alguém tem que ressarcir isso”, disse indignada.
As pessoas lesadas se uniram e criaram um grupo no WhatsApp, onde trocam informações. Gisele comprou 4 ingressos, valor total de R$ 600,00. “Está nessa burocracia. Já reclamei no Bilheteria Digital e disseram que não é com eles”, disse ao contar que muitos estão desistindo de tentar reaver o dinheiro.
O Jornal de Bragança e Região também tentou contato com a D.Tona Produções, mas nenhum número atendeu. O telefone do Bilheteria Digital só deu ocupado em diversas ligações feitas pelo JBR. Já o WhatsApp de Renato mostra que a última visualização foi em 01/01/2018 às 01:34, e o do rapaz chamado de Troll, no dia 08/ 01/18 às 20:38.
Mas há quem tenha recebido. É o caso de João Marcos Colombo, que comprou dois ingressos com o cartão de crédito. Ele pediu o estorno através do Mercado Pago e conseguiu o valor de volta.
Procon
O coordenador do Procon de Bragança, Bruno Poleti Berrettini, disse ao Jornal de Bragança e Região que doze pessoas procuraram pelo órgão, sendo onze de Bragança e uma de Atibaia. Ele contou ainda, que já encaminhou duas notificações as empresas envolvidas, sendo uma para ao endereço da D. Tona Produções, em Atibaia, e outra para o Bilheteria Digital, em Brasília. Mas, ambas notificações voltaram negativas. Outra notificação está sendo enviada para um terceiro endereço. Por causa de informações, não oficiais, de que a empresa promotora do evento, estaria falindo, Bruno vem orientando que as pessoas também procurem o Juizado de Pequenas Causas. “Se a empresa estiver em falência, ela tem de abrir um processo judicial declarando isso. Então, as pessoas que abrirem processo, entram em uma fila de crédito. Por isso, mesmo que façam o processo aqui, eu oriento a procurar o Juizado Especial Civil, o Pequenas Causas”, explicou.
As pessoas podem procurar o Procon de Bragança ou da própria cidade, sendo necessário levar os documentos pessoais, comprovante de residência e o ingresso. Quem não tiver o ingresso, terá o processo aberto, mas é mais difícil obter sucesso.
Bruno disse que também já falou com o Procon de São Paulo, a fim de promover uma investigação sobre a empresa. Além disso, ele deve procurar pelo Promotor de Justiça de Bragança, com a mesma finalidade. Ao encerrar Bruno deu outra sugestão. “As pessoas também podem procurar o Ministério Público”, encerrou.
O Procon de Bragança fica no mesmo prédio da prefeitura, avenida Antônio Pires Pimentel, 2015, e abre de segunda à sexta-feira, das 9h às 12h e das 13h30 às 16h. Não há atendimento por telefone ou e-mail, apenas pessoalmente. No Fórum de Bragança o atendimento ao público é a partir das 12h30, também de segunda a sexta-feira.