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15/12/2014 às 13h40min - Atualizada em 15/12/2014 às 13h40min

Bragança pode se transformar em “cidade dormitório” se não promover a reindustrialização

Foto: JBR

Em 1984 Bragança foi elevada à Sede de Região, pelo Governo do Estado de São Paulo. Dezesseis cidades passaram a compor a Região Bragantina.  Águas de Lindóia, Amparo, Atibaia, Bom Jesus dos Perdões,  Joanópolis, Lindóia, Monte Alegre do Sul, Nazaré Paulista, Pedra Bela, Pinhalzinho, Piracaia, Serra Negra, Socorro, Vargem e Tuiuti.

No entanto, 30 anos depois, Bragança pode estar ganhando outro título, o de “cidade dormitório”, reflexo da desaceleração industrial no município, forte na década de 80.

Rolf Marco Sitta, diretor do CIESP, explica que cidades vizinhas, como Atibaia, Itatiba e Extrema (MG), tiveram um bom progresso nos últimos anos, como resultado de suas gestões, ao contrário de Bragança. “Se nossa cidade não tomar a frente para oferecer mais empregos e com qualidade, Bragança corre o risco de se tornar como uma cidade da periferia da capital.”, alertou ao explicar que para ter sucesso na atração de novas indústrias é preciso rever a política municipal de desenvolvimento, viabilizada através de incentivos e recursos.

Para o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Valter Jesus Brajão, olhando pelo prisma da industrialização, Bragança já se tornou cidade dormitório ao perder espaço para as cidades vizinhas. “Bragança já perdeu o foco de sede de região”, disse ao avaliar que o que falta é política de incentivo fiscal, a exemplo do que ocorre em Atibaia onde segundo ele existe um programa que prevê o retorno do valor do Imposto Sobre Serviços (ISS) às indústrias que lá se instalarem. Brajão que também já foi secretário de Desenvolvimento Econômico, na gestão do ex-prefeito João Afonso Sólis, avalia que há pelo menos quatro anos, nenhuma indústria forte se instalou no município. “A última foi há cinco anos com capacidade para gerar duzentos empregos.De lá pra cá não vimos mais nenhuma de grande porte”, considerou.

Extrema, sul de Minas, apesar de pertencer a outro Estado, está somente há 34 km de Bragança. Lá muitas industrias se instalaram transformando a economia do município e gerando inúmeros empregos. “Em 1989 havia a necessidade de aumentar a arrecadação do município, com o tempo atrair grandes empresas se tornou o perfil da cidade”, disse Adriano Carvalho, assessor de imprensa da Prefeitura. Segundo ele, cerca de 40% dos que trabalham nas indústrias de Extrema são de cidades vizinhas. Carvalho explicou que a escolha por Extrema se dá pela soma de fatores, como a diferença tributária entre SP e MG, a localização estratégica, a estabilidade administrativa e o pacote de benefícios que inclui a doação de terrenos. “Só nos últimos dois anos tivemos a vinda de três novas indústrias e a expansão de outras quatro”, disse.

A atração de novas indústrias, em Bragança, fica à cargo da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, que desde 1º de dezembro é comandada por Arnaldo de Carvalho Pinto, que só na Administração Fernão Dias, já passou por outras duas secretárias, a de Governo e a de Trânsito e Segurança. Após ressaltar que assumiu a Pasta recentemente, Arnaldo disse que  “A legislação que promove incentivos fiscais e econômicos para instalação de novas empresas  é recente e a secretaria está trabalhando para atraí-las.   “Também serão desenvolvidas ações para manter as empresas já existentes no município,bem como incentivo para a ampliação das mesmas”, resumiu.

No entanto para o presidente do CIESP, não se atrai industrias da noite para o dia.“Viabilizar a atividade industrial deve ser um trabalho de planejamento de longo prazo, com etapas a ser cumpridas,  não pode ser encarada em uma gestão de quatro anos”, finalizou.


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