Ela custou quase R$ 1 milhão de reais e foi inaugurada há 10 anos, como sendo uma Concha Acústica que, teoricamente, seria utilizada para grandes shows. No entanto, em uma década foram realizados no local, pouquíssimos shows, entre eles, Mutantes, Teatro Mágico, Gian e Giovani, Renato Teixeira com Sérgio Reis, Zé Henrique e Gabriel, entre outros poucos.
Algumas salas da parte térrea do prédio são usadas pela Liga Independente das Escolas de Samba de Bragança (LIESB). Já a parte que fica abaixo do palco, serve de abrigo para moradores de rua e usuários de drogas. Com evidente aspecto de abandono, o prédio está todo pichado, com vidros e grades quebrados, além de muita sujeira, situação que vem de anos.
A Concha foi Inaugurada em 7 de julho de 2007, pelo prefeito da época, João Afonso Sólis (PSDB), o Jango, que tinha como secretário de Cultura e Turismo, Antonio Sonsin. Mas a verba para a obra havia sido deixada em 2005, pelo antecessor de Jango, Jesus Chedid (DEM), que tinha como secretário Cléber Centini Cassali, que agora, em 2017, voltou a assumir a pasta. “O projeto da Concha era nosso, com verba do Departamento de Apoio ao Desenvolvimento das Estâncias, o DADE, mas era totalmente diferente do que foi feito. Ela era realmente uma Concha Acústica”, disse Cléber.
O próprio secretário da época, Antonio Sonsin, que deu início à execução do projeto, mas que não era mais secretário quando a Concha foi inaugurada, faz críticas à obra em sua revista online: revistaverdadebrasil. blogspot.com.br, em um texto de 2015, intitulado “Uma Concha abandonada”.
Segundo a sua versão, a obra não saiu conforme o projeto real. Ainda segundo ele, o valor inicial da construção era de R$ 580 mil, mas tiveram aditamentos.
Na época, as informações da prefeitura davam conta de que o valor total da obra foi de R$ 923 mil, sendo R$ 750 mil repassados pelo DADE e R$ 173 mil da prefeitura.
Depois de Sonsin, passaram outros três secretários na Cultura, Alessandro Sabella, Raul Lencini e Quique Brown, tendo este último chamado a Concha de “cachorro morto”, durante entrevista a Rádio O Caminho FM.
Futuro
De acordo com Cléber Centini, a atual administração está pensando em um projeto, mas não para este ano, já que não há verba. No entanto, segundo ele, o espaço passará por limpeza e voltará a ter oficinas culturais. “Vamos reativar o local com eventos, encontros de carros antigos e rebaixados, vamos começar a criar tribos culturais no local. Isso vai dar vida e afastar os invasores”, contou ao apontar que com a pista de skate que será inaugurada no local, no sábado, dia 20 deste mês, as imediações da Concha já terão nova vida.
Quanto à própria Concha, o secretário frisa. “Para o ideal que ela foi construída ela não funciona. É palco aberto, ou seja, não tem acústica, venta muito, é grande demais. Não dá pra fazer shows. Os poucos que usaram reclamaram”, disse ao acrescentar. “Futuramente vamos definir o que será feito, talvez ela seja transformada em um prédio cultural”, finalizou ao afirmar que a prefeitura continuará locando estrutura para shows promovidos por ela.